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Tráfico de mulheres na Dark Web: Riscos, Mecanismos e Prevenção

  • Foto do escritor: Escritório Dra Alexandra B Beck
    Escritório Dra Alexandra B Beck
  • 2 de mai.
  • 3 min de leitura

Tráfico de mulheres

O tráfico de mulheres é uma das mais cruéis formas de violação dos direitos humanos, e a internet, especialmente a dark web, tornou-se um novo ambiente para a perpetuação desse crime. Com a facilidade do anonimato digital e a dificuldade de rastreamento, redes criminosas utilizam plataformas ocultas para recrutar, comercializar e explorar mulheres no mundo inteiro. Este artigo explora como isso acontece, os riscos envolvidos e as formas de prevenção.

 

O que é a Dark Web?

A dark web é uma parte da internet que não é indexada por mecanismos de busca convencionais, como o Google. Seu acesso é possível apenas por meio de navegadores específicos, como o Tor, que garantem o anonimato de usuários e servidores. Embora nem todo conteúdo da dark web seja ilegal, ela é notoriamente conhecida por hospedar mercados clandestinos, fóruns criminosos e conteúdo ilícito — incluindo tráfico humano.

 

Como o Tráfico de Mulheres Acontece na Dark Web?

Criminosos utilizam a dark web para oferecer mulheres à venda como se fossem mercadorias. 

Os métodos mais comuns incluem:

​•​Recrutamento Online: Criminosos abordam vítimas por redes sociais ou plataformas de emprego com promessas falsas de trabalho, casamento ou estudo.

​•​Sequestro e Coerção: Algumas vítimas são sequestradas ou convencidas a viajar para outro país, onde são mantidas sob ameaças, dívidas ou violência física e psicológica.

​•​Leilões e Catálogos Virtuais: Existem fóruns e marketplaces onde mulheres são anunciadas com fotos, descrições e preços, às vezes disfarçados sob outros produtos ou serviços.

​•​Exploração Sexual e Escravidão: Muitas vítimas são forçadas a trabalhar em redes de prostituição, pornografia não consentida ou servidão doméstica.

 

Riscos Envolvidos:

O tráfico de mulheres na dark web representa riscos graves:

​•​Violência física e psicológica extrema

​•​Prisão ilegal e desaparecimento

​•​Exploração sexual contínua

​ •​Invisibilidade jurídica das vítimas

​•​Dificuldade de resgate por parte das autoridades

 

Como se Prevenir:

Prevenir o tráfico de mulheres exige ação conjunta da sociedade, governos e organizações civis. Algumas medidas importantes incluem:


Para Usuários e Famílias:

​•​Educação digital: Ensinar mulheres e meninas sobre os perigos do aliciamento online e como reconhecer abordagens suspeitas.

​•​Privacidade online: Evitar compartilhar dados pessoais, rotinas e localização com desconhecidos.

​•​Cautela com promessas fáceis: Desconfiar de propostas de emprego, estudo ou casamento no exterior que pareçam boas demais para serem verdade.

​•​Apoio familiar: Manter comunicação próxima com parentes e amigos, especialmente em mudanças de cidade ou país.

 

Para Autoridades e Organizações:

​•​Monitoramento e investigação da dark web

​•​Treinamento de policiais para lidar com crimes cibernéticos e tráfico humano

​•​Acordos internacionais para rastrear e punir criminosos

​•​Abrigo e apoio psicológico às vítimas resgatadas


Dados Globais:

​•​Aumento de 25% nas vítimas detectadas: Entre 2019 e 2022, o número global de vítimas de tráfico humano aumentou 25%, segundo o Relatório Global de 2024 do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC). 

​•​Crianças representam 38% das vítimas: O número de crianças vítimas detectadas aumentou 31% em 2022 em comparação com 2019, com um aumento de 38% entre meninas.   ​•​Mulheres e meninas são maioria: Em 2022, mulheres e meninas representaram 61% das vítimas detectadas globalmente.  

 

Dados Globais (2022):

​•​Total de vítimas detectadas: 69.627 pessoas. 

​•​Distribuição por grupo:

​•​Mulheres adultas: 27.150 vítimas (39%).

​•​Homens adultos: 16.014 vítimas (23%).

​•​Meninas: 15.318 vítimas (22%).

​•​Meninos: 11.140 vítimas (16%). 


Situação no Brasil:

​•​75% das vítimas são mulheres e crianças: Entre janeiro de 2020 e junho de 2021, 75% das vítimas de tráfico de pessoas no Brasil eram crianças, adolescentes e mulheres, segundo dados do Disque 100.  

​•​96,36% das vítimas de tráfico internacional são mulheres: Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) indicam que, em ações penais com decisão em segunda instância, 96,36% das vítimas de tráfico internacional de pessoas eram mulheres.  

​•​Principais destinos internacionais: A Espanha é o país que mais recebeu vítimas traficadas do Brasil (56,94%), seguida por Portugal, Itália, Suíça e Suriname.  

 

Formas de Exploração

​•​Exploração sexual: A principal finalidade do tráfico de mulheres e meninas, representando 50% dos casos globalmente. 

​•​Trabalho análogo à escravidão: Entre 2019 e 2022, o número global de vítimas detectadas de tráfico para trabalho análogo ao de escravo aumentou 47%.  

​•​Criminalidade forçada: Incluindo fraudes online, representando 8% das vítimas detectadas em 2022. 

 

É inegável que o tráfico de mulheres na dark web é uma realidade sombria que exige atenção urgente. A combinação de tecnologia, anonimato e crime organizado desafia os sistemas tradicionais de investigação e proteção. No entanto, com informação, prevenção e cooperação internacional, é possível enfraquecer essas redes e proteger milhares de vidas.

 

Denúncias Ligue para Disque 100 e Ligue 180.

 

Fontes:

 

 

 

 

 

Até a próxima semana!

Dúvidas: Nosso escritório pode auxiliar.

 
 
 

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